domingo, 24 de fevereiro de 2008

O Nintendinho

Quando eu falo que já tive um Nintendo Entertainment System ninguém entende.

Obviamente, acho que falo apenas pra enrolar as pessoas e por alguns segundos fingir que já tive algo misteriosamente importante. Depois, mudo o discurso. "Você sabe, o nintendinho". "Aah, devia ter falado logo". É, eu sei.


Foi de uma viagem que meu pai fez a São Paulo, em 94. Ele havia me ligado, dizendo que traria um presente, e pediu pra que adivinhasse. Depois de quinze tentativas, mereci um "agora deixa eu falar com sua mãe". Na verdade, nunca tinha tido muito contato com video-games, então me parecia algo além das possibilidades.

O Nintendinho era uma graça. Não é à toa que as pessoas chamam por esse nome tão carinhoso e íntimo, afinal, foi o primeiro console da Nintendo. Com sua capacidade fenomenal de 8-bits, era uma maravilha digital. Veio junto com um jogo de avião, que não lembro o nome. Tinha que destruir os tanques. Hm, acho que não lembro muito, pra falar a verdade. Logo comecei a alugar fitas pra variar um pouco...Street Fighter (sim, o primeiro!) e Super Mario Bros (o primeiro também!) eram sensações.

Mas ele quebrou. Primeiro foi o controle, que não funcionava mais. E só tinha um. Esperando para comprar outro controle, acabei passando os tempos livres indo a locadoras jogar no recém-lançado Super Nintendo, e me fascinei por seus 18-bits ultramodernos. Acabei esquecendo do meu velho Nintendinho, que esperando o conserto viu sua existência relegada a um ostracismo cruel, dentro de uma caixa qualquer. E não vi quando ele foi jogado fora.

Mas então veio o PlayStation. E o Nintendinho ficou para sempre esquecido.